sábado, 29 de dezembro de 2012

Plano Físico


Logística, suor e bola: Grêmio monta plano para superar preparação curta
Preparador físico Antônio Mello lamenta período exíguo na pré-temporada, mas garante que grupo suportará a altitude de Quito

A preparação será escassa e ainda precisou ter a logística alterada. Mas o Grêmio estará apto a enfrentar a LDU e os perigos dos 2.850m de altitude de Quito, local da partida de ida pela primeira fase da Libertadores. Quem garante é o preparador físico do clube, Antônio Mello.

Jgadores do Grêmio treinam fisicamente no Olímpico (Foto: Hector Werlang/Globoesporte.com)

Com experiência de 37 anos no setor, o fiel escudeiro de Vanderlei Luxemburgo admite que não terá como colocar o grupo no auge da forma nas duas semanas que terá de pré-temporada antes do início no torneio sul-americano. Por causa do confronto contra os equatorianos pela pré-Libertadores, o clube gaúcho precisou cancelar os trabalhos em Londrina e colocá-los em Porto Alegre, para ter o suporte da estrutura do Olímpico.


A agenda atribulada não diminui a confiança do profissional. Mello alerta que a pré-temporada é a base para o grupo aguentar a temporada inteira, que reserva ao Grêmio - pelo menos quatro competições – Libertadores, Brasileirão, Copa do Brasil e Gauchão. Porém, ele promete que os comandados não sentirão o cansaço no embate do dia 23 de janeiro e, aos poucos, intercalar outras atividades físicas para não ter surpresas e perder jogadores por desgaste ou lesões.
– O futebol é recheado de surpresas e improvisações. O jogo em Quito nos obrigou a mudar a programação, agir pelo bom senso e ficar em Porto Alegre. Duas semanas não são condizentes com o calendário pesado. Nós precisamos dar condições ao atleta para ele suportar o tranco. Mas dá para colocar a equipe em campo. Ao longo do ano, você equaciona. Quando começarem os jogos de domingo a domingo, a gente volta a fazer os trabalhos de base. Meu histórico de lesões musculares é quase nulo. De maio a dezembro quase não tivemos problemas. Para isso, não se pode ir muito forte na pré-temporada. A gente vai preparar a equipe para não acabar com o atleta e terá alguns cuidados porque este período não é o ideal em lugar nenhum – avalia Mello.

Antonio Mello é homem de confiança de Luxa (Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA)
Mello garante que time não precisará de oxigênio



Deste total, apenas a primeira semana será na capital gaúcha. O calor da cidade forçará os treinos a ocorrerem em horários alternativos. Pela parte da manhã, às 9h os atletas estarão no gramado, enquanto na tarde será "assim que o sol se por". O Velho Casarão sediará os exercícios em parceria com a Arena. Mello entende que o grupo necessita o mais rápido possível ter a "identificação" com o novo estádio.
Depois, a delegação ruma para Quito, para tentar amenizar os problemas da altitude e se preparar para o embate contra o time de Edgard Bauza. O período exíguo servirá para o plantel aprimorar o tempo da bola, o domínio, arremate. Mas não só isso. A respiração e os problemas sentidos pelos jogadores pela dificuldade em virtude do ar rarefeito estão entre os desafios a serem enfrentados. Os trabalhos serão de curta duração.
E para o tricolor preocupado que algum jogador sinta problemas ao longo dos 90 minutos, o preparador físico manda um recado: Não precisará de cilindros de oxigênio no reservado

– Eu sou categórico: a gente não precisará de oxigênio. Eu não chego no dia e não sofro com elemento surpresa. É necessária ocorrer uma identificação para trabalhar na altitude. É algo de adaptação. Não tenho tempo para aclimatar. Para isso, seriam necessários 20 dias. E não há nada de psicológico como alguns pensam. Os jogadores precisam vencer a baixa pressão atmosférica. É difícil a absorção de oxigênio. O atleta sente tontura, náusea, dor de cabeça. É preciso uma alimentação adequada e um treinamento condizente. Não posso realizar um trabalho cumprido. O futebol é totalmente anaeróbico.
As duas semanas não mudarão a filosofia de Mello. Durante todo o período, a grande companheira dos jogadores estará presente: a bola. O preparador físico avalia que ela é imprescindível nos trabalhos e serve para estimular o grupo:
– A bola estará presente desde o primeiro dia. Sempre fiz isso. Ela é a ferramenta do jogador e é algo motivador. Ela tem que estar até no treino físico. E chuteira também. Faço isso há mais de 20 anos e entendo que é a razão do sucesso. O jogador gosta e precisa da bola.
O Grêmio se reapresenta no dia 3 de janeiro. No dia 23, começa a luta pelo tricampeonato da Libertadores.


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